Neste dia começarei por ceder desculpa do título, por causa de me pertence e isto me faço responsável. Um título costuma ser uma coisa que nos vem, quem sabe, corresponda expor: do Outro. Então, fica a oportunidade de visualizar o que nos diz o que ele estava lá, latente, à espera. Neurastenia (as indolencias de hoje), a título nesse postagem.
Mas, por sua vez, o título do livro é uma reedição do título de minha tese de doutorado: Neurastenia, o atual de uma neurose atual. Para poder ceder conta do curso que tem esta designação, será indispensável começar por neurastenia pra chegar às indolencias. Freud chamou de “neuroses atuais” em que, desde o começo e até o término de tua obra, opôs-se às “psiconeurosis”: aquelas pra quais o dispositivo analítico era insuficiente, e que exigiam uma transformação das práticas sexuais genitais. Ele pensava que estas neuroses se deviam a práticas sexuais nocivos e só cederiam a modificar estas práticas.
Assim me vi agradeço a discernir as neuroses, universalmente, como perturbações da atividade sexual: as chamadas neuroses atuais, como sentença tóxica direta e as psiconeurosis, como frase psíquica de tais perturbações. Esta diferença foi mantida por Freud até o fim de sua obra. É no “Manuscrito G”, onde expõe uma série nosográfica que é de sumo interesse, visto que se trata de uma aproximação de quadros pros fins de situar o que faz toda a diferença. Estas são a neurose de tristeza e a neurastenia e a melancolia.
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Subrayo a seriedade de revelar a melancolia nesta série. 1. A neurose de amargura acontece no momento em que entram em jogo fatores que impedem a elaboração psíquica da excitação sexual somática” e levam dessa maneira a uma descarga de substituição “subcortical” experimentada como amargura.
Causais gerais seriam o coito interuptus, a impotência no homem, a abstinência pré-matrimonial (ansiedade virginal). “. De forma que os sintomas neurasténicos correspondem a um “empobrecimento pela excitação” oposto à acumulação impaciente. 3. A melancolia, por sua vez, corresponde a um legítimo esgotamento da excitação sexual somática. Apresenta-se nesse lugar uma semelhança com a neurastenia. É necessário relembrar, imediatamente, que o termo neurastenia foi inserido por Beard em teu livro doença nervosa americana (1881) significando como falta de força nervosa.
Beard acreditava-se que era uma doença de pessoas de nervos muito vulneráveis. O vinculava os norte-americanos, visto que eu achava que eles estavam submetidos às tensões de uma população capitalista. Resumir citando que o que para Beard era um empobrecimento de energia sexual (o que mais tarde nomeado ” libido “) pra Beard era empobrecimento de força nervosa.
Atual como a doença de uma data: é o significado de Beard no momento em que a considera como uma maneira de a própria doença nervosa dos tempos modernos. No significado freudiano atual remete à atualidade de uma tensão. Assim se opõe a necessária referência à história à neurose infantil – no caso de as psiconeurosis. No primeiro sentido se nos levanta a pergunta sobre a ligação de neurastenia com as questões ligadas ao mal-estar na cultura. Temos nesse lugar a constatação de Paul Bercherie 1 quem diz que a neurastenia parece ser essa neurose de base destinada a ser redescoberta constantemente, rebatizada e promovida como a doença do século.
David Bell 2 se menciona a ela como The Disease of a Thousand Names (a doença dos 1000 nomes). Efectivamente, hoje é a chamada “Síndrome de fadiga crônica” os nomencladores, como essa de se liga a causas atuais da civilização: é considerada a doença dos yuppies (young urban professional people). Como vemos, reivindicando o fator sexual pela etiologia da doença, deixa apresentada uma problemática central: gozo e sublimação. Depois de alguns desenvolvimentos dos pós-freudianos, as neuroses atuais caíram no esquecimento, e os psicanalistas não voltaram a considerá-provavalmente já que a geração freudiana, que reitera a sua vida era insustentável. O que é isso de práticas sexuais nocivas, de fatores tóxicos?
A sexualidade do falasser é tóxica, mesmo que em um significado contrário ao que se sustentava a elucubración biológica. É da mesma forma as neuroses atuais quase desapareceram até do vocabulário dos psicanalistas. Porém, têm retornado. Com outros nomes, em outros territórios teóricos, têm voltado como neurose de hoje em nomencladores médicos.
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